Marcas territoriais no âmbito do Desenvolvimento Regional
- gorettigiovana
- 12 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de fev. de 2021
Novos olhares para as relações entre marcas e territórios

O Desenvolvimento Regional possibilita que novos olhares sejam direcionados para os territórios e as regiões, assuntos caros à área em questão. Um desses olhares diz respeito à tendência global de marcas vinculadas ao território, mas sob a perspectiva dos estudos regionais. A marca é recorrentemente associada a produtos e muitos pensam que sua origem remonta apenas aos produtos, serviços e empresas. Porém, quando se investiga a origem das marcas com um olhar mais aprofundado se percebe que os territórios e as regiões também se valem de marcas. É o caso dos brasões que, além de identificar a nobreza das famílias na Idade Média, igualmente representavam o território. Este é um dos resultados de minha pesquisa sobre marcas e territórios realizada durante meu doutoramento em Desenvolvimento Regional (2015-2018).
No entanto, analisar essas marcas e o vínculo que possuem com o território representado não é uma tarefa fácil, visto que o conceito de marca que temos é muito mercadológico. Assim, o estudo realizado possibilitou o desenvolvimento de um novo conceito mais apropriado aos estudos regionais e territoriais.
Fez-se ainda necessário o desenvolvimento de um ferramental específico para que se pudessem efetivar as devidas análises.
Nesse sentido, dois caminhos foram seguidos: 1) confirmar se a marca podia ser tomada como um artefato cultural, o que se mostrou pertinente ao longo da investigação, inserindo-a nos estudos culturais e, 2) a partir disso, ou seja, da dimensão cultural se valer de um protocolo metodológico específico, como o Circuito de Cultura de Paul Du Gay (1997) para analisar essas marcas singulares. Trata-se de ver a marca não como um mero negócio, mas como algo mais aprofundado que faz parte das práticas sociais.
Um ferramental analítico para as marcas territoriais
O referido ferramental analítico foi adaptado para a investigação das marcas territoriais e só foi possível fazê-lo ao considerar a marca territorial como um artefato de dimensão cultural. Assim, sua análise considera cinco eixos interligados: produção, consumo, regulação, identidade e representação. Esses eixos podem ser analisados individual ou integralmente, revelando as relações de poder e as estratégias dos atores sociais no e sobre o território. Essas marcas não apenas identificam os territórios, como também lhes cunham reputações e possibilitam a viabilidade das visões de mundo dos atores sociais que produzem o território.
As marcas territoriais e seu ferramental analítico na produção dos territórios podem ser encontradas no livro "Marcas e Territórios: a construção simbólica de Porto Alegre", lançado em setembro/2019, pela Editora The Help através do e-mail contatothehelp@gmail.com.
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